2.9.06

A Cultura da Política no Brasil


31/08/2006 foi o último dia do “1◦ Seminário Ibmec Cultura – Política no Brasil”, o tema de encerramento foi “A Cultura da Política no Brasil”, o convidado da noite foi o brilhante Eduardo Giannetti (Ibmec) e os comentários ficaram por conta de Carlos Melo (Ibmec).

Eduardo Giannetti iniciou sua palestra dissertando sobre a formação do Estado brasileiro, mencionou que uma Sociedade Civil é caracterizada por trocas voluntárias, já no Estado impera o imposto. Ele lembrou que nos Estados Unidos a sociedade precedeu o Estado e que no Brasil aconteceu justamente o contrário, ou seja, o Estado (Português) criou a sociedade brasileira, fato este considerado por ele como sendo uma deformação de origem, gerando uma sociedade que serve ao Estado.

Em outro ponto da palestra ele explicou o motivo do crescente aumento das receitas da União, dizendo que a grande mágica chamava-se contribuições, pois com o aproveitamento de brechas na Constituição de 1988, as contribuições saltaram de mais ou menos 6% e passaram a representar cerca de 47% da arrecadação, em seguida ele demonstrou uma conta e resumiu dizendo que “o Estado não cabe no PIB”.

Houve também um ponto da palestra que Eduardo Giannetti criticou o programa Bolsa Família do Governo Federal, ele classificou como sendo um programa assistencialista, com 36 milhões de pessoas penduradas nele e sem porta de saída, ele também lembrou que este programa vem sendo usado para fins eleitorais.

Eduardo Giannetti também lembrou indignado que 40% do que se ganha fica para o Estado na forma de impostos, contribuições etc.

Quando a palestra foi aberta para perguntas da platéia houve uma discussão sobre ética, e Eduardo Giannetti que normalmente as pessoas são mestres da racionalização em causa própria e lembrou dados de uma pesquisa demonstrada neste mesmo seminário por Alexandre Marinis.

Na seqüência após outra pergunta da platéia, ele ressaltou que falta ensino fundamental de qualidade, é que justamente ai os problemas se realimentam. Mais a frente ele defendeu um exame para o ensino fundamental nos moldes do exame da OAB, lembrando que o grande desafio é qualidade.

Em outro momento ele condenou as idas e vindas de recursos financeiros entre estados e União, fato que segundo ele facilita a ação de corruptos e acabam gerando mensalões, sanguessugas e outras coisas do tipo, segundo Eduardo Giannetti o dinheiro tem que ficar perto de onde é gasto.

Num outro momento onde se debatia sobre o Governo Lula, ele lembrou que o saldo do governo FHC também foi desapontador principalmente devido à carga tributária. Mas elogiou a universalização do ensino fundamental promovida durante o governo de FHC.

Já perto do encerramento Eduardo Giannetti, disse que imaginação brasileira é volátil, oscilando entre esperança e depressão, e lembrou que a política é formada por momentos de alta e baixa (citou governo Sarney, como exemplo), ele também comentou sobre o momento atual de insegurança, e disse que PCC + política é igual a uma mistura explosiva e que haverá um momento em que deverá haver uma ruptura, ou seja, um basta. Ele também comentou sobre as eleições deste ano e disse que as opções (PMDB, PSDB e PT) já foram testadas e que chegou a hora da verdade.

No final Eduardo Giannetti agradeceu e Carlos Melo encerrou o “1◦ Seminário Ibmec Cultura – Política no Brasil”

Bom, foram 04 noites onde aprendi muito sobre política, estou feliz por ter tomado a decisão de participar e me esforçado para acompanhar os debates, fica a certeza de que realmente muito conhecimento foi agregado, pois o resultado disto tenho sentido aqui do lado de fora do seminário ao assistir, escutar, ler, vivenciar o atual cenário político e interpretar com uma qualidade muito superior.

Ed.